Estava destinado que esta nossa peregrinação a Fátima iria ser uma verdadeira Odisseia, ou não fosse as previsões metrológicas previstas para este fim de semana.
Ora então, que comece a Odisseia com pontualidade britânica. 04.45h, nem mais, nem menos. Para além dos ansiosos pedalantes, também compareceram no local a Isabel Penteado e a filhota Rute, o nosso Presidente. Como desta vez, infelizmente, não nos iria acompanhar no pedal, foi “abençoar” a nossa peregrinação.
Estava na hora que colocarmos pés nos pedais e rumar até à Estação de Comboios de Coina. Pelo caminho ainda se juntaram mais uns Papa Trilhos que faziam um “árduo” aquecimento.
Chegados à Estação, completou-se o número total de pedalantes: 19 mais 1, o José Ramos, desconhecido do grupo, mas cujo companheirismo se veio a revelar um dos nossos.
Todos abordo e aqui vamos nós... próxima paragem Roma-Areeiro. Para dar mais emoção à “coisa”, ora aí está a bênção dos céus, chuva para nos refrescar até ao Parque das Nações. Organização do grupo para a 1ª foto do dia debaixo da majestosa pala do Pavilhão de Portugal. Após várias tentativas lá ficou registada a 1ª foto de grupo. A 2ª foto que oficializa a peregrinação foi junto à Torre Vasco da Gama e aproveitando uma tolerância do S. Pedro, lá dispararam os flashes.
Cedo percebemos que iríamos ficar fresquinhos ao longo do dia, mas de uma coisa tínhamos a certeza, não iríamos ser atacados pelo batalhão de melgas do rio Trancão, pois desta vez trocamos-lhes as voltas e substituímos esse campo de batalha por alcatrão mesmo ali ao lado.
Depois do abastecimento matinal e com os açucares repostos e bikes a 100%, continuámos trilhos fora. Para além da intempérie que nos ia acompanhar ao longo do dia, deparamos-nos com um obstáculo castanho, viscoso e muito, mas mesmo muito peganhento: a nossa “amiga” lama não estava ali para nos facilitar a vidinha, mas como guerreiros/as que somos e depois de uma banhoca num “trombinhas” (equivalente a Elefante Azul), as nossas bikes voltaram à normalidade.
As horas passavam e os Kms iam-se somando ao magnífico espirito de companheirismo deste grupo. A aldeia de Valada já estava no nosso horizonte e era lá que nos aguardava uma sopa quentinha e umas bifanas para reconfortar o nosso estômago.
Como até aqui as nossas maiores adversidades tinham sido a chuva e o vento, nada melhor para aquecer o espirito que uma bela subida. E ela aí estava, a 1ª subida do dia, a de Santarém. Cada um no seu compasso conquistou o topo. Depois de uma curta pausa, atravessámos algumas ruelas de Santarém. Venha a próxima... e veio mesmo, mas com um pouco mais de dificuldade, não pela altimetria, mas sim pela companhia da lama que marcava novamente presença nas nossas bikes. Sendo a última subida do dia, era também a que nos ia levar aos Moinhos e já bem perto de onde íamos pernoitar.
Chegados ao Hotel, onde fomos muito bem recebidos, as mangueiras já estavam apostos para a lavagem quase industrial de bikes. Depois de limpinhas e novamente lubrificadas, estava na hora de sermos nós a tomar um duche, mas desta vez com água quentinha!!!
À hora marcada, lá estávamos nós no restaurante para nos restabelecermos de calorias e outras iguarias que por lá estivessem. Jantar muito abastado com hidratos de carbono e vitaminas. O cansaço não se fez esperar e depois deste manjar era altura do merecido descanso dos/as guerreiros/as.
No 2ª dia às 07.30h já havia pessoal a fazer o aquecimento físico nas bikes. Havia que voltar a colocar as “trouxas” e tomar o pequeno-almoço para iniciarmos a que seria a nossa última etapa pedalante do dia. O relógio da Igreja já batia as 08.30h quando foi tirada a 3ª foto de grupo para mais tarde recordar.
Estava na hora certa de começarmos a descer. Passámos pelo Centro de Ciência Viva do Alviela para começarmos a subir. Para este dia estavam guardados +/- 36Km com muitas subidas. No Covão do Feto fizemos a mais longa das subidas, ou seja, 5Km que nos levaria à Serra de Stº António. Chegados ao topo, aqui estava mais uma razão para uma espectacular foto de grupo.
E se é bom subir, o que aí vinha ainda era melhor: a descida até Minde onde acho que poucos de nós respeitaram os limites de velocidade. Até lá a baixo foi um instantinho misturado com muita adrenalina, simplesmente altamente.
Em Minde fez-se uma paragem obrigatória para restabelecer o organismo, contactar com os nossos familiares que já estavam a caminho de Fátima para se juntarem a nós nesta nossa aventura. Preparados para continuar a subir até ao parque dos geradores eólicos e chegados aqui, foi uma só pedalada até nos juntarmos aos nossos familiares que nos aguardavam calorosamente no Santuário.
Por muitas palavras que eu possa escrever aqui, jamais conseguirei descrever as dificuldades que atravessámos e as emoções que vivemos. Uma peregrinação onde o calor humano e companheirismo se sobrepôs a todos os ventos.
E como me coube a tarefa de relatar estes dois dias, sinto-me no direito de fazer alguns agradecimentos. A todos os Familiares, Amigos e Papa Trilhos que ficaram a “pedalar” do outro lado, o meu muito obrigado pois a vossa força esteve connosco!!!
Ao nosso Presidente Paulo Alex San, um Obrigado Especial por toda a dedicação e tempo que carinhosamente investe neste grupo.
Um reconhecimento aos meus companheiros do pedal que se portaram muito bem!!! E às minhas companheiras do pedal que colocaram a fasquia feminina bem no alto!
PARABÉNS A TODOS NÓS!!!
Pedalantes: Nelson, Sandra, Mário, Bela, Félix, Dora, Paulo Semião, Gina, Carlos, Isabel, Dias, Armaro, Tiago, José Ramos, Ni, Kinbikes, Fernando Vitor, Pena, Rui e Marlene.
Super-Dificuldades fazem revelar Super-Heróis e Super-Heroínas; muitos Parabéns aos Super
ResponderEliminarPapa-Trilhos e Amigos que enfrentaram esta Aventura.
Caros Amigos, PapaTrilhos
ResponderEliminarQuando me inscrevi no Passeio a Fátima minha cabeça tinha a ideia de “aproveitar a vossa boleia” para cumprir uma promessa, mas isso foi limpo do meu pensamento e conclui que quem foi agraciado fui eu pela companhia, por me terem dado oportunidade de viajar com vocês.
Foi com curiosidade tanto da minha parte, como da vossa que nos encontramos no Sábado ás 5h15m na Estação de Coina, pensava eu, “Como serei recebido? Quando os vi chegar com as vossas máquinas, pensei estou “lixado” por muita confiança que tenha no meu Canhão Esmaltina de Aluminio Fundido, equipada com campainha dos gelados. A recepção foi fantástica afinal não era nenhum taliban !!!
Os meus sinceros agradecimentos aos PapaTrilhos, por ter tido a ocasião de pedalar com vocês, pela forma como me acolheram nesta aventura, percebi porque é que o vosso grupo de amigos Pedalantes é diferente, e entendi o que é ser PapaTrilho, amigo do seu amigo e sempre presente com uma palavra de incentivo ou preocupação com quem está ao vosso lado.
Foram dois dias que durante esta semana ao rever as fotos na vossa página recordei já com saudade e algumas lágrimas por entender aquilo pelo que passamos, em especial para mim que apesar de praticar desporto, nunca tinha sentido tanto a nível físico como psicológico o espírito que encontrei.
Espero pedalar mais vezes com vocês, vou tentar alternar o meu treino domingueiro de corrida na mata da machada com a oportunidade que me dão de pedalar aos Domingos.
Quero expresar a minha gratidão à minha Bicicleta Esmaltina de 14Kg, por se ter portado tão bem e me ter levado até Fátima sem problemas.
Agradeço que este meu testemunho seja transmitido a todos os Papatrilhos, apesar de o mesmo ser publicado nos comentários da vossa página.
Bem hajam os Papatrilhos, e os meus sinceros agradecimentos
José Ramos
Vento, Frio e Chuva,
ResponderEliminarCorpinhos cheios de humidade,
Um desafio ultrapassado,
Pervaleceu a AMIZADE!
Muitos Parabéns a todos,
Pela minha parte: Muito OBRIGADA!
Não deixou de ser um bom passeio,
Apesar de me deixar bem molhada!
Parabéns a todos papa trilhos e amigos,pois as condições climatéricas não eram as melhores,mas a união do grupo mais uma vez superou as dificuldades que iam aparecendo uns mais queimados que outros mas alcançamos mais um desafio.
ResponderEliminarQuero agradecer ao Paulo Alex o seu empenho e a sua organização deste passeio para que não faltasse nada ao grupo mesmo estando longe.