A noite foi curta de sono, não por falta de conforto na pousada, mas pelo convívio entre o pessoal - conversas aqui, troca de toques acolá, e o calor que não abrandou durante a noite. O pequeno almoço estava marcado para as 06.40h para começarmos a pedalar às 07.00h. Houve quem tivesse sede de pedalar, e ás 04.30h já estava a calçar as meias - pois é... fui enganado por um toque de despertar de um outro qualquer telemóvel e pensava que já eram 06.00h. Depois do pequeno almoço, começámos a preparar as bikes que haviam sido estacionadas cá fora, num pátio da pousada fechado.
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O Felix e o Zé Luis lá estavam à hora marcada e, depois de afinarmos alguns pormenores de última hora, lá iniciámos a pedalar. Já estava a amanhecer, mas o sol estava de ronha. O céu apresentava nuvens ameaçadoras de nos acariciar com algumas gotas de água. Depois de atravessarmos Beja, apanhámos o IP8 que nos levaria até ao cruzamento para as Minas. Pelo caminho efectuámos uma paragem para tomarmos um cafezinho e reforçarmos o pequeno almoço na estação de serviço junto a Serpa. Também fizemos outras paragens simplesmente para admirar as paisagens.
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Depois de alguns kms, lá saímos do IP8 e apanhámos a estrada para as Minas. O ritmo era na ordem dos 25Km/h e ainda faltavam alguns kms até às Minas. O grupo foi-se estendendo, fazendo-se algumas paragens para agrupar, descansar e abastecer de líquidos e sólidos, pois já se fazia sentir o calor.
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Passava pouco das 11h quando chegámos à vila das Minas de S. Domingos. Fomos visitar o restaurante da tia do Zé Luis, mesmo à entrada do complexo mineiro, onde nos instalámos para ingerir algumas sandes, pois ainda teríamos muitos kms pela frente.
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Depois de um almoço improvisado, fomos visitar a praia fluvial onde aproveitámos, não para dar um mergulho (vontade não faltava!), mas para tirarmos uma semi-foto de grupo. Como a vontade de pedalar era muita, lá estava eu já em posição de partida - não há tempo a perder!
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As Minas esperavam por nós e iniciámos a entrada a ritmo turistico. Para alguns era a repetição destes trilhos, mas para muitos era tudo novidade. Fomos admirando as paisagens nada comuns ao que estamos habituados, mas com uma beleza e aromas de grande movimento e trabalhos em tempos de outrora. A ruínas erguiam-se entre os vários descampados.
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A mina teve o inicio da exploração em 1858 e foi encerrada em 1966 devido ao esgotamento do minério. A exploração da mina era essencialmente de cobre, ouro e prata. O minério era extraído da mina e transportado através de um caminho de ferro até ao Pomarão onde era efectuado o transbordo para os barcos que iriam navegar pelo Guadiana. São os trilhos do antigo caminho de ferro que nos propomos efectuar, incluindo os místicos túneis até ao Pomarão.
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E como levamos as coisas a sério, encapussámos o puro espirito mineiro.
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À saída das minas iniciámos a saga dos furos. O 1º foi o Felix, depois o CaJo San e o Mário que estava a sentir-se ultrapassado, teve o simpático aglomerado de 4 furos. Até o pneu tivemos de mudar, pois não havia câmara de ar que resistisse, aliás, o stock já estava esgotado.
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Os tuneis já estavam à vista e a ansiedade e emoção aumentaram. Fizemos o 1º túnel sem qualquer dificuldade e logo a seguir pequena paragem para... o furo do Mário San (incluído nos 4 já referidos). O Marco San apresentou em 1ª mão a técnica de parqueamento da bike, integralmente da sua autoria. Existem já empresas estrangeiras que querem adquirir a patente, mas o Marco está um pouco renitente, pois ainda se encontra em fase de aperfeiçoamento.
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No total fizemos 7 túneis, todos atravessáveis, uns com alguma dificuldade devido aos arbustos que bloqueavam parcialmente a entrada. No interior dos túneis era abundante em humidade e aroma a enxofre. Entre os túneis tivemos de atravessar algumas pontes que estavam caídas, mas havia sempre caminho alternativo ao lado sem qualquer dificuldade já que os cursos de água estavam completamente secos.
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Finalmente chegámos ao Pomarão onde depois de mais um furo do CaJo, fomos à procura de água para enchermos os nossos bidons e molharmos a garganta. O Marco continuou a sua saga, e depois de mais 1 furo, o Rikibyke saca de um pneu suplente e instalou-se na bike do Mário.
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Com a trovoada a romper os ceus, avizinhava-se uma tempestade. Foi exactamente no momento da 1ª pedalada que começaram a cair as pingas dignas do nome. Do Pomarão começámos a subir até Monte Alto. E que subida. Entre trovões, chuva, relâmpagos e trilhos muito bonitos (embora infelizmente os incêndios também tivessem visitado aquela zona), acho que nada continuou seco, nem mesmo as cuequinhas (para quem as usava).
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Depois do Monte Alto foi sempre a rolar até Mértola, onde estavam a aguardar as nossas famílias.
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Seguiu-se um jantar de Javali e Plumas de porco preto no restaurante "O Brasileiro". Isto depois de um belo e merecido banho.
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Aguardava-nos uma noite de sono para a última etapa desde Mértola até Vila Real de Sto António com cerca de 83Km. Pelo menos era o que estava programado, pois infelizmente durante a noite não me senti bem e o INEM levou-me até ao Hospital de Beja. Não foi nada de grave, será necessário efectuar mais alguns exames complementares para despistar possíveis problemas. Para minha surpresa, ao chegar do hospital a Mértola, ninguém havia ido pedalar, Estavam todos à minha espera. Foi um momento muito emocionante e de uma pura demonstração de amizade. Entre sniff sniff e abraços, agradeci aquilo que não existem palavras para descrever. Não querendo monopolizar a presente reportagem, não posso deixar de agradecer a quem incansavelmente acompanhou-me durante todo o episódio -
a caríssima amiga Dora - os meus mais sinceros agradecimentos!!! (... e claro, a minha esposa Marlene)
Assim terminou a nossa aventura. Ficou por fazer a última etapa. Outras oportunidades surgirão. Aproveitámos o último dia para fazermos um pouco de turismo e desfrutarmos da companhia de toda a Família Papa Trilhos - Família com "F" maiúsculo.
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O video do passeio já está a caminho...
Foram 107Km com 1226m de acumulado de subidas.
View Larger MapAs fotos estão disponíveis no álbum de fotos (Album 3) na barra lateral esquerda.