PAPA TRILHOS - HÁ 16 ANOS A PEDALAR COM A NATUREZA. TRAVESSIA 2024 - PEREGRINAÇÃO A SANTIAGO - 30 DE MAIO A 02 DE JUNHO. .

Papa Trilhos® - Fernão Ferro/Seixal

Os Papa Trilhos surgiram a partir de um grupo de amigos que têm em comum o gosto pelo BTT e cujo o lema é "Pedalar com a Natureza".

Aos domingos de manhã alguns elementos da equipa e outros amigos juntam-se para ir pedalar. Por isso se também quiseres ir pedalar, aparece no Parque das Lagoas de Fernão Ferro/Seixal (largo das festas populares - GPS 38,557800º -9,091630º), aos domingos, 08.00h (horário de verão), 08.30h (horário de inverno). Vê a mensagem de
"Ponto de Encontro" publicada todas as semanas onde são agendadas as voltinhas e passeios dessa semana. Uso obrigatório de capacete.
Contactos: papatrilhosbtt@papatrilhos.com

Nota: os participantes em voltinhas ou eventos Papa Trilhos aceitam a cedência dos direitos de imagem nas fotos tiradas para publicação no site.

Calendário Papa Trilhos

Iniciativas Papa Trilhos

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Travessia Minas S. Domingos - Dia #2 - Beja/Mértola - 107Km

A noite foi curta de sono, não por falta de conforto na pousada, mas pelo convívio entre o pessoal - conversas aqui, troca de toques acolá, e o calor que não abrandou durante a noite. O pequeno almoço estava marcado para as 06.40h para começarmos a pedalar às 07.00h. Houve quem tivesse sede de pedalar, e ás 04.30h já estava a calçar as meias - pois é... fui enganado por um toque de despertar de um outro qualquer telemóvel e pensava que já eram 06.00h. Depois do pequeno almoço, começámos a preparar as bikes que haviam sido estacionadas cá fora, num pátio da pousada fechado.

O Felix e o Zé Luis lá estavam à hora marcada e, depois de afinarmos alguns pormenores de última hora, lá iniciámos a pedalar. Já estava a amanhecer, mas o sol estava de ronha. O céu apresentava nuvens ameaçadoras de nos acariciar com algumas gotas de água. Depois de atravessarmos Beja, apanhámos o IP8 que nos levaria até ao cruzamento para as Minas. Pelo caminho efectuámos uma paragem para tomarmos um cafezinho e reforçarmos o pequeno almoço na estação de serviço junto a Serpa. Também fizemos outras paragens simplesmente para admirar as paisagens.

Depois de alguns kms, lá saímos do IP8 e apanhámos a estrada para as Minas. O ritmo era na ordem dos 25Km/h e ainda faltavam alguns kms até às Minas. O grupo foi-se estendendo, fazendo-se algumas paragens para agrupar, descansar e abastecer de líquidos e sólidos, pois já se fazia sentir o calor.

Passava pouco das 11h quando chegámos à vila das Minas de S. Domingos. Fomos visitar o restaurante da tia do Zé Luis, mesmo à entrada do complexo mineiro, onde nos instalámos para ingerir algumas sandes, pois ainda teríamos muitos kms pela frente.

Depois de um almoço improvisado, fomos visitar a praia fluvial onde aproveitámos, não para dar um mergulho (vontade não faltava!), mas para tirarmos uma semi-foto de grupo. Como a vontade de pedalar era muita, lá estava eu já em posição de partida - não há tempo a perder!

As Minas esperavam por nós e iniciámos a entrada a ritmo turistico. Para alguns era a repetição destes trilhos, mas para muitos era tudo novidade. Fomos admirando as paisagens nada comuns ao que estamos habituados, mas com uma beleza e aromas de grande movimento e trabalhos em tempos de outrora. A ruínas erguiam-se entre os vários descampados.

A mina teve o inicio da exploração em 1858 e foi encerrada em 1966 devido ao esgotamento do minério. A exploração da mina era essencialmente de cobre, ouro e prata. O minério era extraído da mina e transportado através de um caminho de ferro até ao Pomarão onde era efectuado o transbordo para os barcos que iriam navegar pelo Guadiana. São os trilhos do antigo caminho de ferro que nos propomos efectuar, incluindo os místicos túneis até ao Pomarão.

E como levamos as coisas a sério, encapussámos o puro espirito mineiro.

À saída das minas iniciámos a saga dos furos. O 1º foi o Felix, depois o CaJo San e o Mário que estava a sentir-se ultrapassado, teve o simpático aglomerado de 4 furos. Até o pneu tivemos de mudar, pois não havia câmara de ar que resistisse, aliás, o stock já estava esgotado.

Os tuneis já estavam à vista e a ansiedade e emoção aumentaram. Fizemos o 1º túnel sem qualquer dificuldade e logo a seguir pequena paragem para... o furo do Mário San (incluído nos 4 já referidos). O Marco San apresentou em 1ª mão a técnica de parqueamento da bike, integralmente da sua autoria. Existem já empresas estrangeiras que querem adquirir a patente, mas o Marco está um pouco renitente, pois ainda se encontra em fase de aperfeiçoamento.

No total fizemos 7 túneis, todos atravessáveis, uns com alguma dificuldade devido aos arbustos que bloqueavam parcialmente a entrada. No interior dos túneis era abundante em humidade e aroma a enxofre. Entre os túneis tivemos de atravessar algumas pontes que estavam caídas, mas havia sempre caminho alternativo ao lado sem qualquer dificuldade já que os cursos de água estavam completamente secos.


Finalmente chegámos ao Pomarão onde depois de mais um furo do CaJo, fomos à procura de água para enchermos os nossos bidons e molharmos a garganta. O Marco continuou a sua saga, e depois de mais 1 furo, o Rikibyke saca de um pneu suplente e instalou-se na bike do Mário.


Com a trovoada a romper os ceus, avizinhava-se uma tempestade. Foi exactamente no momento da 1ª pedalada que começaram a cair as pingas dignas do nome. Do Pomarão começámos a subir até Monte Alto. E que subida. Entre trovões, chuva, relâmpagos e trilhos muito bonitos (embora infelizmente os incêndios também tivessem visitado aquela zona), acho que nada continuou seco, nem mesmo as cuequinhas (para quem as usava).

Depois do Monte Alto foi sempre a rolar até Mértola, onde estavam a aguardar as nossas famílias.

Seguiu-se um jantar de Javali e Plumas de porco preto no restaurante "O Brasileiro". Isto depois de um belo e merecido banho.

Aguardava-nos uma noite de sono para a última etapa desde Mértola até Vila Real de Sto António com cerca de 83Km. Pelo menos era o que estava programado, pois infelizmente durante a noite não me senti bem e o INEM levou-me até ao Hospital de Beja. Não foi nada de grave, será necessário efectuar mais alguns exames complementares para despistar possíveis problemas. Para minha surpresa, ao chegar do hospital a Mértola, ninguém havia ido pedalar, Estavam todos à minha espera. Foi um momento muito emocionante e de uma pura demonstração de amizade. Entre sniff sniff e abraços, agradeci aquilo que não existem palavras para descrever. Não querendo monopolizar a presente reportagem, não posso deixar de agradecer a quem incansavelmente acompanhou-me durante todo o episódio - a caríssima amiga Dora - os meus mais sinceros agradecimentos!!! (... e claro, a minha esposa Marlene)

Assim terminou a nossa aventura. Ficou por fazer a última etapa. Outras oportunidades surgirão. Aproveitámos o último dia para fazermos um pouco de turismo e desfrutarmos da companhia de toda a Família Papa Trilhos - Família com "F" maiúsculo.

O video do passeio já está a caminho...

Foram 107Km com 1226m de acumulado de subidas.



View Larger Map

As fotos estão disponíveis no álbum de fotos (Album 3) na barra lateral esquerda.

3 comentários:

  1. Olá,
    Neste dia em que tivemos maior contacto com a natureza, também correu tudo bem.
    Excepto mais uma vez a grande chuvada ao fim da tarde.
    Se há coisas que não gosto mesmo nada é da chuva.
    Beijos e Abraços

    ResponderEliminar
  2. Foi um passeio expectacular...
    Com um grupo onde predominou a boa deposição (até durante a 1ªnoite) e camaradagem.
    Passeio a repetir.
    BIKE ABRAÇO.

    ResponderEliminar
  3. Foi uma jornada épica, tivemos de tudo, um percurso que é muito bonito com paisagens de grande contraste; boa disposição; chuva; e a participação muito especial de 1 papa-fugas e de 1 papa-furos.
    Foi Muito Bom.

    ResponderEliminar